quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A REDE ESTÁ ARMADA


Talvez muitos vão querer me crucificar e poucos certamente vão me apoiar pelo o que vou dizer. Mas como já passei por isso várias vezes e vi acontecer várias vezes também, não ligo muito para a opinião pública.

CUIDADO COM A REDE:

Pastores, pastoras e vários cantores estão caindo nos encantos de tal rede e está havendo uma completa mistura de religiões. Estão querendo pregar o ecumenismo e assim dizer que vários caminhos levam a Deus (Somente Jesus leva ao pai e ninguém mais). Agora virou moda evangélico se apresentar em programas profanos e até dançar junto com macumbeiros e adoradores de demônios. Sinceramente sei que isso parece uma benção, mas a manipulação que o povo cristão estão passando é notória e muitos não querem ver isso. Tomem cuidado com isso, para que o inimigo não se infiltre dentro de sua casa e você achando que isso é benção de Deus, mas que na verdade é um puro jogo de marketing, pois ela viu que o povo evangélico e cristão agora é praticamente maioria no Brasil.

CUIDADO !!!!!

Iranildo Costa
Ultimamente temos visto um dos maiores canais de televisão dando espaço para musica gospel (o que é bem legal) porém, tenho visto que isso não passa de uma tática camuflada da Rede televisiva.
Muitos cantores gospel, gozam de uma certa fama e estão gravando CD's pela Som Livre e certamente estão adorando isso porque é uma das maiores gravadoras do país e com isso um dos maiores canais de televisão resolveu abrir espaço para os tais mostrarem suas canções. É bem verdade que a musica gospel passou a ser vista como cultura e não pode ser mais desprezada, porém, o que vejo a Globo fazer é o que me preocupa. A mistura que ela está tentando fazer (e está conseguindo) é um perigo que está diante de nossos olhos e muitos veem isso como Deus agindo e abrindo portas para o evangelho (Afff). Sinceramente, Deus nunca precisou de grandes empresas para expandir o evangelho e jamais vai precisar, pois somente com 120 pessoas como nos tempos bíblicos ele foi e ainda é capaz de incendiar o mundo com sua palavra.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

SOFRIMENTO COM PROPÓSITOS


 

O Poder do Sofrimento


 
Por Henandes Dias Lopes 
 
E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar”. 2 Coríntios 12.7

“Regozijo-me agora no que padeço [sofro] por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições [sofrimentos] de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja”
– Colossenses 1.24
Vivemos em uma geração que não gosta de sofrer. Você pode perguntar a qualquer pessoa, o que ela [e] mais deseja nesta vida é: ser feliz. Nossa sociedade consumista, hedonista, e relativista é amante de coisas superficiais, banais e triviais.
Falar de sofrimento nos dias atuais está fora de moda. Nós queremos o sucesso, a glória, a fama. Sofrimento, não! E como o texto acima nos mostra, sofrer por Jesus, ou pela causa do Evangelho, deve ser coisa de gente louca, que não ama as coisas boas deste mundo.
Paulo no texto de II Coríntios 12, ele vem do êxtase [paraíso] para o sofrimento. Ele faz uma transição das visões celestiais para o espinho na carne. Não abordaremos neste texto o que é o espinho na carne de Paulo. Iremos focar no sofrimento como um instrumento de Deus para nos aperfeiçoar.
Prezados leitores não há vida indolor. É impossível passar pela vida sem sofrer. Vivemos em mundo caído, onde as angústias, dores, decepções, lutos, perdas, fazem parte de nossas vidas enquanto estivermos aqui.
O sofrimento é inevitável. O sofrimento do apóstolo Paulo é tanto físico como espiritual. O espinho na carne impediu que Paulo inchasse ou explodisse de orgulho diante das visões e revelações do Senhor. O sofrimento nos põe no nosso devido lugar. Ele quebra nossa altivez e esvazia nossa pretensão de glória pessoal.
Ao mesmo tempo em que o mensageiro de Satanás infligia sofrimento ao apóstolo, esbofeteando-lhe com golpes terríveis, Deus tratava com seu servo, usando esta estranha providência, para o manter humilde. Satanás tinha a intenção de esbofetear Paulo, Deus tinha a intenção de aperfeiçoar o apóstolo.
O sofrimento levou Paulo à oração. O sofrimento nos mantém de joelhos diante de Deus para nos pôr em pé diante dos homens. Dr J.I. Packer diz: “Se eu passar quarenta anos orando a Deus e não tiver nenhuma resposta, já terá valido a pena, pois passei quarenta anos em comunhão com Deus, na dependência Dele”.
Paulo pediu a Deus substituição [tirar o espinho], mas Deus lhe deu transformação. Deus não removeu sua aflição, mas lhe deu capacitação para enfrentá-la vitoriosamente. Muitas vezes oramos a Deus pela cura de um câncer, de uma hepatite, e parece que Deus não nos ouve. Eu irei lhes falar quem tem mais fé: não é a pessoa que é curada da pior doença que existe. Não. É aquela [e] que mesmo na pior doença continua firme, fiel e servindo ao Senhor! Aleluia!
Permita-me deixar algumas preciosas lições de como lidar como o sofrimento:
1) O sofrimento é pedagógico – A dor sempre tem um propósito, mais que uma causa. Deus não desperdiça sofrimento na vida de seus filhos. C. S Lewis disse: “Deus sussurra em nossos prazeres e grita em nossas dores”. Se Deus não remove o ‘espinho’ é porque Ele está trabalhando em nós para, depois, trabalhar por meio de nós.
2) Há um propósito divino em cada sofrimento (II Co 12.7) – Há um propósito divino no sofrimento. No começo desta carta (II Co 1.3) Paulo diz que o nosso sofrimento e a nossa consolação são instrumentos usados por Deus para abençoar outras pessoas. Na escola da vida, Deus está nos preparando para sermos consoladores.
3) É possível que Deus revele o propósito do sofrimento – No caso de Paulo, Deus decidiu revelar-lhe a razão do “espinho”: evitar que o apóstolo ficasse orgulhoso. Não é raro Deus revelar as razões do sofrimento. Por outro lado, é possível também, que Deus não nos dê explicações diante do sofrimento. Foi o que aconteceu com o patriarca Jó. Ele perdeu seus bens, filhos, saúde, o apoio de sua mulher e de seus amigos, e diante de todos os seus questionamentos, nenhuma explicação lhe foi dada. É esse o nosso “dilema” ao lermos o livro de Jó. Você lê o livro e não encontra uma resposta para todo este sofrimento. Aprendemos algo lindo, Deus não nos dá explicações. Ele nos dá promessas. Deus restaurou a sorte de Jó, mas não lhe disse a razão do seu sofrimento.
4) Pode ser que Deus decida que é melhor não remover o sofrimento (II Co 12.9) – Penso que este é o teste mais difícil. Quantas vezes nós já pensamos e falamos: “Senhor por que estou sofrendo? Por que o Senhor ainda não agiu?” Fanny Crosby ficou cega com 42 dias e morreu aos 92 anos de idade sem jamais perder a doçura. Escreveu mais de 4000 hinos. Se Deus não remover o sofrimento, Ele nos assiste em nossa fraqueza, consola-nos com sua maravilhosa graça. Ele é o Deus de toda graça (I Pe 5.10).
5) A “chave” para crescermos nos sofrimentos é vê-los em função do amor de Cristo (II Co 12.10) – Paulo sofria por amor a Cristo. Sua vida era para glorificar a Cristo. Para Paulo, o que importava era agradar a Cristo, servir a Cristo, tornar Cristo conhecido. Deus pode usar o nosso sofrimento para a glória Dele. Paulo diz aos filipenses que as coisas que aconteceram contribuíram para o progresso do evangelho (Fp 1.12).
6) O sofrimento é passageiro – O sofrimento deve ser visto à luz da revelação do céu, do paraíso. O sofrimento no tempo presente não é para se comparar com as glórias do por vir a serem reveladas em nós (Rm 8.18). A nossa leve e momentânea tribulação produz, para nós, eterno peso de glória (II Co 4.14-16). Aqueles que tem a visão do céu são os que triunfam diante do sofrimento. O sofrimento é por breve tempo, mas o consolo de Deus é eterno. A dor vai passar; o céu jamais! Aqui neste mundo temos lutas, decepções, lutos, enfermidades. A caminha pode ser difícil. O caminho é estreito. O espinho na carne pode doer. Mas a graça de Cristo nos basta. Em breve estaremos como Senhor, e todas as nossas lágrimas serão enxugadas. Que seja assim. Amém!
Conta-se que um pastor, foi visitar outro companheiro de ministério nas últimas horas no leito do hospital. Ao chegar lá, entrou para ver o amigo de longos anos de amizade, pastorado e ministério. Falou com ele por alguns instantes. Então disse: vamos orar para que Deus lhe tire daqui. Ele é poderoso, e pode te curar agora. Quando ia começar a oração, este homem de Deus disse: Caro amigo, eu pensei que quando chegasse o dia da minha morte, eu iria para o céu. Mas agora sei, que é o contrário – é o céu que veio me buscar. Estou preparado! Que fé inabalável!
A graça de Deus é melhor que a vida. A graça de Deus nos capacita a enfrentar vitoriosamente a morte. A graça de Deus é o tônico para a alma aflita. A graça de Deus é a provisão Dele para tudo o que precisamos, quando precisamos.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

PURO DESESPERO DO MACEDO

“Cantores gospel são endemoniados”, diz Edir Macedo

 
No mesmo dia em que foi denunciado pelo Ministério Público Federal, acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, se envolve em outra polêmica ao atacar as bandas gospel. Macedo disse que “99% desse pessoal (gospel) que canta por aí são endemoniados, é tudo (sic) perturbado”.
Apesar do ataque, Macedo e a Universal também têm uma gravadora de música gospel, a Line Records, que por sua vez tem o selo New Music, que lançou artistas como Banda Audiolife, Jessyca e Robinson Monteiro, apelidado de “Anjo” (lançado por Raul Gil na Record)
Os bispos da Universal citaram especificamente a cantora Ana Paula Valadão, da banda gospel Diante do Trono –que não pertence à Line Records.
“Outro dia um pastor botou a mão na cabeça dela e ela caiu no chão”, provocou bispo Márcio, da Universal, durante programa ao lado de Macedo.
O bispo se referia ao encontro da banda e da vocalista com um pastor, no qual a cantora desmaiou após ter sua cabeça tocada pelo religioso. Comandada por Romualdo Panceiro, considerado por Macedo como seu herdeiro espiritual, Ana Paula virou alvo de chacota nos programas da IurdTV
“Interessante ser criticada por me render (de) corpo e alma em adoração na presença de Deus… até me regozijo por isso; não me deixarei intimidar”, rebateu Ana Paula no twitter. Mais tarde ela postou para que os fãs “não se preocupassem” com os ataques que ela vinha sofrendo. Os fãs da banda, no entanto, se mobilizaram e passaram a atacar Macedo, Panceiro e a Iurd em redes sociais e até no site da própria igreja.
Em outro programa, Macedo atacou a música como um todo, a qual disse que “embriaga (os fiéis) de emoção”. No entanto, o bispo e dono da Record acabou admitindo que também “admira” um cantor gospel, Paulo Cezar, do grupo Logos. Macedo já havia criticado a música gospel em sua biografia, lançada em 2007.
Diante do Trono é uma das bandas mais conhecidas e tocadas no meio evangélico brasileiro. Ela foi formada cerca de 14 anos atrás e já vendeu por volta de 15 milhões de CD’s e DVD’s. A inspiração das bandas nacionais tem origem em outras bandas e cantoras de louvor, como a Hillsong, Third Day, Michael W. Smith, Amy Grant e outros.

Fonte: Midia News

quarta-feira, 18 de maio de 2011

UM EXEMPLO DE FLOR - Prª Flor Delis




Seu nome é Flordelis
Virgínia Rodrigues

Quem olha para sua aparência frágil e pequena, nem se dá conta de que está diante de alguém que arriscou a vida para salvar gente desprotegida de tudo e de todos.

Jacarezinho, subúrbio do Rio de Janeiro. Uma garota ocupa seu tempo percorrendo a favela. Vai sozinha; leva apenas coragem e uma proposta séria de apresentar as “boas novas” do Evangelho aos que têm sede de pão e de justiça. Depois de crescida, ela rompe paradigmas, resgata corpos e mentes desnutridos, amontoa crianças dentro de casa, é chamada de seqüestradora, enfrenta bandidos, a própria Justiça, e faz de sua vida uma prova viva do que é ser legitimamente cristão.

Hoje, vivem em sua casa a paz, a alegria e 40 crianças, sendo 37 adotadas. Sempre acompanhada do marido, o pastor Anderson do Carmo, Flordelis, além do reconhecimento por seu trabalho, colhe os frutos de tantas lutas e conquistas: o amor de seus filhos, o orgulho de vê-los crescer com educação e afeto, a total cumplicidade no casamento e a amizade de famosos e anônimos, que foram se juntando à sua missão.

Perguntada sobre como faz para manter tanta criança vestida e alimentada, Flordelis não vacila: “Deus me deu a voz, o dom de cantar”. E o crescimento do ministério como cantora não só a ajuda no sustento da família – ela vende seus CDs pelas igrejas – como vem gerando apoio e respeito da mídia e do segmento artístico.

Depois de todos esses sonhos realizados, Flordelis não se esquiva de mais uma responsabilidade proposta por Deus em sua vida. No cinema, em um longa-metragem, terá a sua história contada por um elenco, literalmente, “fantástico”. Glória Maria, Reynaldo Gianecchini, Thiago Lacerda e as Letícias Spiller e Sabatella estão entre os atores que se ofereceram para propagar o emocionante trabalho de Flordelis.

Seu DVD de estréia como cantora será gravado no Canecão, a convite dos proprietários da casa de shows mais importante do Brasil. E, mesmo que diga que seu corpo está cansado de tantas batalhas, ela não pára de trabalhar um só instante. Com sua habitual simplicidade, revela: “Sempre há de existir uma força maior para quem quer realmente transformar o mundo”.


ENFOQUEVocê sempre valorizou as crianças em sua vida, mas como foi sua infância?
FLORDELIS – Normal. Eu devia ter uns três anos quando minha mãe se tornou evangélica e, depois, meu pai. Éramos cinco filhos e vivi dificuldades que toda família pobre passa. Mas também vi a situação de outras crianças que não tinham o mesmo privilégio que eu – uma mãe e um pai presentes.

ENFOQUEE como era a Flordelis criança?
FLORDELIS – Minha mãe diz que eu era quietinha. Fui criada na igreja e aos 12 anos já dirigia um trabalho de libertação. Meu pai era músico e formou um conjunto musical chamado Grupo Angelical, no qual eu cantava e viajava pelo Brasil. Era maravilhoso, e isto durou até os 14 anos. Um dia, na Via Dutra, o grupo sofreu um acidente e só sobraram eu e meu irmão. Depois de superar a tragédia, continuei a fazer meu trabalho missionário.


ENFOQUEAlguma vez aconteceu algo que fez você sentir que iria trabalhar com crianças?
FLORDELIS
– Acho que eu já tinha um chamado de Deus para isso, mas aconteceu meio que por acaso. Eu me criei dentro da favela, no meio do tráfico de drogas, vendo amigos morrendo, e o que mais me espantava era a omissão das mães. Achava que elas podiam fazer mais que chorar ou se queixar. Quando me tornei adulta, resolvi fazer esse papel, agir por aqueles filhos. E aí comecei a andar sozinha de madrugada pela favela.


ENFOQUEMas você tinha algum apoio da igreja?
FLORDELIS – Não. Era algo independente. As pessoas tinham medo quando se falava em tráfico de drogas. Isso foi por volta de 1990. Quando se cogitava em evangelismo na madrugada, todos se assustavam, porque ninguém queria colocar a vida em risco. Aí, decidi ir sozinha. E como sexta-feira é o dia de maior movimento nas favelas, ia para a rua à meia-noite e andava no meio deles, conversando com os meninos mais novos. Queria entender o que os levava para as ruas, a cheirar cocaína, fumar maconha. Eram meninos de 10 e 11 anos e era assustador.


ENFOQUETraçando um paralelo entre os anos 90 e hoje, você acha que os riscos de fazer um trabalho como esse, na favela, são os mesmos?
FLORDELIS – Acho que os perigos são os mesmos. Tive o risco de morrer, sofri ameaças e recebi mandado até do Bangu 1 para ser assassinada. Minha mãe e minha família fugiram de casa para não serem assassinadas. Eu enfrentei a situação porque queria provar para aqueles garotos que o que estava fazendo era o melhor para a vida deles.


ENFOQUEE isto ainda sem o suporte da igreja?
FLORDELIS – Levou uns sete meses até que eu conseguisse convencer as pessoas a fazerem alguma coisa. Na época, fui até chamada de missionária do Comando Vermelho só porque a favela era do Comando Vermelho. Mas as coisas somente começaram a mudar quando os irmãos puderam ver a glória de Deus naquele lugar.

Houve uma guerra entre os traficantes do Comando Vermelho e do Terceiro Comando. As pessoas que moravam na favela do Jacarezinho não podiam atravessar para a favela de Manguinhos e, como alguns meninos foram expulsos, fugindo para Manguinhos apenas com a roupa do corpo, suas mães começaram a me pedir ajuda. Eu lhes disse que poderiam levar roupas e tudo o que fosse preciso para os filhos delas do outro lado. Peguei minha Bíblia, atravessei a pista e fui. Quando voltei, o Cocada, que era o chefão da favela, estava me esperando com os comparsas dele para me matar. Ele alegou que eu não tinha o direito de atravessar para o lado inimigo sem autorização para isso e que ele era o dono do morro.

Naquela hora, vi a autoridade do Espírito Santo e disse que ele não era dono de nada, não era dono nem do próprio nariz. Era só dono da boca-de-fumo, e quem era dono de minha vida era Jesus. Ele me achou louca porque naquela semana tinha assassinado uma evangélica, desfilando com seu corpo dentro de um carrinho pela favela. Por isso me achou doida por tê-lo enfrentado, mesmo sabendo daquele episódio. Disse que estava perdendo tempo com uma maluca e foi embora. E eu continuei fazendo o meu trabalho missionário.


ENFOQUEE como surgiu a história das crianças em sua vida?
FLORDELIS – Depois de algum tempo, uns jovens da igreja batista e de outras denominações vieram à minha casa e pediram para participar daquele trabalho. A gente se encontrava às sextas-feiras, orava e saía para as ruas. Um dia, um menino foi colocado no paredão da morte pelos traficantes e a mãe dele foi até a minha casa para pedir oração. Na verdade, ela queria oração por ela, e não pelo filho. Queria pedir consolo para seu coração, mas nada por ele. Era isso que eu percebia nas mães, sempre omissas. Eu orei. Mas como oração é ação, eu disse que ia atrás do filho dela, ia tentar fazer alguma coisa. Fui andando pela favela, procurando onde estavam os bandidos, e achei o “bonde”. Eles me receberam, achando que eu tinha ido evangelizá-los. Só que eu falei que tinha ido orar por um menino que eles iam matar naquele dia. O gerente do tráfico que comandava o grupo deixou eu passar e encontrei o menino amarrado, machucado.

Era um adolescente de uns 13 anos. Orei por ele e, quando terminei, pedi ao gerente do tráfico para soltá-lo, o que eu só conseguiria se fosse falar diretamente com o chefe geral. Fui também até ele, que zombou de mim, surpreso com minha audácia. Afirmei que tinha ido ali para dar uma ordem de Jesus e ofereci a minha vida em troca da vida do menino, caso ele fizesse alguma coisa errada. Ao ser solto, levei-o para minha casa. Aquilo me deu mais forças para continuar e fez com que outros grupos de oração viessem se juntar comigo no trabalho da madrugada. Depois acabei indo evangelizar na Central do Brasil.


ENFOQUEFoi uma expansão de seu trabalho?
FLORDELIS – Sim. Mas fui para a Central do Brasil com um objetivo e Deus agiu totalmente diferente. Na ocasião, fui procurar uma menina da favela que tinha fugido de casa por causa de drogas e a notícia era de que ela estava perambulando pela Central do Brasil. Cheguei lá e me deparei com um monte de crianças no calçadão e muitas mulheres com crianças no colo. Olhei aquela cena, tentando entender o que era aquilo. Era algo que a gente vê na televisão, mas desconhece pessoalmente. Vi um casal de bebês gêmeos com a mãe dando uma lata de leite condensado com uma colher. Fiquei paralisada. As pessoas passavam por ali e ninguém fazia nada, sequer olhava. Em seguida, vi uma menina drogada, meio louca, porque ela ria e chorava ao mesmo tempo, pertinho dos nenês.

Fui para o ponto de ônibus para ir embora, mas a cena não saía da minha cabeça. Decidi voltar. Comecei a conversar com aquela menina, perguntando sobre o que estava acontecendo. Ela contou histórias de sua vida pessoal e revelou que estava de resguardo. Eu perguntei sobre o bebê e ela disse que tinha acabado de jogar no lixo. Pedi que me levasse ao local e ela me acompanhou até um terreno baldio, onde estava uma menina com 15 dias de nascida. Peguei a criança e levei-a para casa, junto com a mãe, mas ela não quis ficar. Largou o neném comigo e foi embora. E eu ganhei aquele presente de Deus.


ENFOQUEFoi dessa forma que você começou a levar crianças para sua casa?
FLORDELIS – Foi. Dois dias depois, voltei à Central do Brasil para procurar aquele casal de gêmeos. Quando cheguei, fazendo o que chamávamos de Arrastão de Deus, evangelizando, orando e ajudando, soube que os bebês tinham ido para o hospital Souza Aguiar porque estavam muito doentes. Lá, uma pessoa acidentada havia acabado de chegar e, com a distração dos encarregados da entrada, passei de fininho, subi as escadas e fui para a enfermaria de crianças. Achei os bebês e passei a visitá-los por 18 dias. Quando receberam alta, pensei em devolvê-los à mãe, que eu conhecia. Só que as crianças eram portadoras do vírus HIV e a médica disse que se eles voltassem para a rua, iriam morrer. Resultado: levei mais duas crianças para casa.


ENFOQUEComo foi ampliar o tamanho de sua família?
FLORDELIS – Em 1994, teve uma matança de crianças na Central do Brasil, quando um policial, de dentro de um carro, atirou em algumas delas. Matou uma menina de 1 ano e 6 meses e um menino de 11 anos e ainda baleou outros que, graças a Deus, não morreram.

Naquela madrugada, lembro que fui até a Central do Brasil para ver se a história que estavam me contando era verdade. Lá, vi as crianças mortas e, entre os feridos, havia uma menina de três anos, ainda viva, com uma bala alojada no fígado. Naquela ocasião, uma mãe foi pedir minha ajuda e, de uma só vez, fiquei com 37 crianças, morando numa casa pequena na favela do Jacarezinho.


ENFOQUEO que você pensava diante dessas dificuldades?
FLORDELIS – Acho que tudo o que acontece em nossa vida tem dois lados: o negativo e o positivo, e a gente deve sempre olhar mais para o lado positivo. Tem que tirar um aprendizado das coisas. Eu nunca fui de ter pensamentos de derrotas, de fracassos. Segui minha vida, fazendo a obra de Deus, que me preenchiam e preenchem até hoje.


ENFOQUEE como aconteceu o Anderson em sua vida?
FLORDELIS – Anderson veio da igreja batista, interessado no trabalho missionário que eu fazia na favela. Ele bateu na minha porta com outros jovens e disse que queria passar as mesmas experiências, viver as mesmas coisas que eu vivia. Começamos a fazer evangelismo na madrugada, ele foi se envolvendo cada vez mais com a gente, subindo o morro, ajudando as pessoas. Depois de um tempo, nos casamos e vivemos algo muito louco e muito lindo, uma coisa de Deus.


Momento de descontração de algumas das 37 crianças adotadas por Flordelis: a história de coragem da missionária virou filme e estréia em 2008
ENFOQUETendo quatro filhos seus e mais as crianças abrigadas por você, como foi o processo para ficar definitivamente com eles?
FLORDELIS – No início de 1994, eu tinha 37 crianças em uma casa pequena na favela. Havia um grupo de extermínio me procurando – era o pessoal lá da Central do Brasil que achava que eu sabia algo contra eles. Depois passamos por uma luta com o Juizado de Menores porque eu era uma mulher da favela cuidando de crianças em excesso. Foi quando apareceu o Betinho, do Ação pela Cidadania, que colocou minha história na televisão, pedindo ajuda. Até então, ninguém me conhecia. Quando apareci na mídia, o Juizado soube e determinou que eu não podia ficar com as crianças por ser pobre e favelada. Disseram que elas iriam para um abrigo, que os irmãos seriam separados etc.

Eu disse ao juiz que não entregaria as crianças e ele me pressionou dizendo que era uma autoridade. Eu me apresentei, dizendo que me chamava Flordelis, serva de um Deus vivo, que é o Juiz dos juízes, autoridade maior no céu e na terra, e que ninguém pegaria minhas crianças. Ele expediu um mandato de prisão por desacato à autoridade, busca e apreensão das crianças. Só que Deus abriu a porta de uma casa em Irajá e eu fugi para lá. Larguei mobília, saí com a roupa do corpo e fiquei escondida por quatro meses.

Como é impossível se esconder com muitas crianças, o Juizado acabou me achando. No dia eu não estava em casa. Estava com Betinho e meu marido. Ao chegar, meu filho Carlos estava na rua me esperando e deu a notícia. Comecei a chorar, achando que tinham levado meus filhos. Mas ele me acalmou, dizendo que todos tinham fugido pelos fundos da casa enquanto as autoridades batiam na porta da frente. Estavam todos na pracinha de Irajá me esperando. Como não podíamos mais voltar para casa, dormimos na rua. Certa noite, acordamos de madrugada com um monte de bandidos ao redor, querendo saber o que eu estava fazendo ali. Eu disse que só queria dormir e, quando amanhecesse, iríamos embora. Quando o dia clareou, a associação de moradores de Parada de Lucas nos deu abrigo e ali ficamos escondidos por mais quatro meses. Eu acabei saindo em vários jornais do Rio como seqüestradora de crianças.


ENFOQUEComo você conseguia alimentar e cuidar de tantas crianças?
FLORDELIS – Durante três meses, o Ação pela Cidadania, do Betinho, me ajudou. Enquanto eu estava no Jacarezinho, a comunidade me ajudava muito, até nas fugas. Um dia, apareceu um moço chamado Pedro Werneck, que tinha visto a reportagem na televisão. Ele passou a me dar 50 reais semanalmente. Mas era uma ajuda anônima. Quando o jornal me colocou nas manchetes como seqüestradora, ele parou com a ajuda.

Decidi ligar para ele e me explicar, contando minha verdadeira história. Pedro diz que o que o convenceu naquele tempo foi quando eu disse que jamais abriria mão de meus filhos. Ali, ele mudou de idéia e resolveu me ajudar a pagar o aluguel de uma casa. Dessa vez, fomos todos para Rio Comprido. Ele é quem foi conosco ao Juizado de Menores e se responsabilizou por tudo. O juiz não era mais aquele que tinha mandado me prender. No lugar dele estava Ciro Darlan, que disse que havia oito processos contra mim. Propôs fazer um acordo caso eu conseguisse fazer tudo o que o Estatuto da Criança exigia, em um período de 30 dias. Cumpri tudo!

Doutor Ciro foi pessoalmente à minha casa ver tudo de perto e ficou surpreso. Sempre fomos uma família. Cada um tem as suas próprias coisas e é responsável por elas. A individualidade faz surgir a responsabilidade. Por isso, lutei para que meus filhos não fossem para abrigos, porque lá as crianças não têm histórias, não têm seu canto, sua privacidade. Uma criança sem história é um adolescente sem sentimento. Assim, para eles, matar e viver são a mesma coisa.

Quando doutor Ciro viu minha família, se emocionou e aí me deu a guarda das crianças. Só que entrar com o pedido de adoção era bem mais difícil. Tive de me tornar primeiro uma instituição. Foi quando nasceu a associação Lar Família Flordelis. Tudo porque não abria mão de ficar com meus filhos.

Muitos me chamaram de louca, pensando em como eu ia sustentar tanta criança. Como tinha parado de cantar nas igrejas, depois do acidente com o Grupo Angelical, decidi voltar e comecei a vender os CDs que meus próprios filhos me ajudaram a produzir. Hoje, meus filhos dizem que querem trabalhar para ajudar em casa, mas eu respondo que quero que eles estudem e se preparem para dar o melhor para a família deles. Costumo dizer a eles: “Quem precisa ir à luta e trabalhar por vocês sou eu, como mãe, e o pai de vocês”. Agora é nossa vez de trabalhar para dar um futuro limpo para todos eles.


ENFOQUEE as igrejas, passaram a valorizar mais seu trabalho?
FLORDELIS – Sim. Eu comecei a ser convidada para contar as experiências pelas quais tinha passado na favela. Às vezes, a mesma igreja que fechara a porta para mim, numa outra época, resolvia agora me convidar. Infelizmente, a discriminação é muito grande com a criança de rua. Quando um grupo que evangelizava comigo soube que meus bebês tinham HIV, sumiu. É fato: crianças, quando vêm da rua, não vêm saudáveis, mas trazem doenças, sarna, são usuárias de drogas. Então, as mães proibiram os filhos de irem à minha casa. Eu já era vista como louca no meio do povo de Deus, mas nada me fez parar. Deus trabalha no tempo. Hoje, o casal de gêmeos foi negativado do HIV e os dois até apareceram no Fantástico. A partir daí, muitos foram me convidando para pregar e cantar.

Foi Pedro Werneck, que nem é evangélico, que acreditou em mim e me ajudou a gravar o primeiro CD. É com esta venda que consigo manter minha casa.


ENFOQUEE como aconteceu sua projeção entre os artistas?
FLORDELIS – A irmã da Marlene Mattos tinha ido a uma igreja e ouviu alguém comentando sobre meu testemunho. Na época do Dia das Mães, eles me ligaram para participar do programa da Xuxa, mas eu achei que era trote. Só que era verdade, e eu acabei sendo homenageada como a mãe do Brasil em uma gravação que durou 25 minutos. Dali em diante fui conhecendo todo o mundo. O produtor artístico Marco Antonio Ferraz assistiu ao programa da Xuxa no aeroporto e já ligou para mim. Isso foi no ano 2000.


ENFOQUEO segmento artístico teve que tipo de reação?
FLORDELIS – O Marco Antônio passou a freqüentar minha casa e gostar das crianças. Só que ele não acreditava na minha história. Estava me investigando. Até que um dia eu o chamei para ir comigo ao Jacarezinho. Quando subimos, ele começou a ficar assustado, vendo os garotos armados. Tinha um grupo que havia acabado de chegar de um “ganho” muito bom e estava festejando naquela madrugada. Eu fiquei feliz por poder estar ali e orar com eles. Mas era uma turma nova que não me conhecia muito bem. Mesmo assim, me apresentei e comecei a falar de Jesus. Aí chegou o chefe do tráfico, querendo saber o que estava acontecendo e eu disse que era a missionária Flordelis, que queria orar por ele, e que ele precisava mudar sua mentalidade. Ele me respeitou e Marco ficou olhando.

Só que eles estavam indo matar um menino entre 12 e 13 anos e eu vi o garoto, já sem roupa e com as mãozinhas amarradas. Olhei para o chefe, olhei para o menino, e assim ficamos. Até que ele deu ordem para soltar a criança, que ouviu deles que só não tinha morrido por causa da “tia” de Deus. Marco ficou muito emocionado e passou a acreditar em mim.

Aos poucos, ele foi trazendo outros artistas, como a Ana Furtado, a Fernanda Lima, que hoje freqüenta nossa casa e não tinha a menor idéia do que era uma igreja evangélica. Elba Ramalho e a Xuxa também nos visitam.

Acho que o maior impacto deles é ver a transformação de meus filhos. Um deles era gerente do tráfico e está se formando como advogado. Outro trabalha no Detran, outro é seminarista. Para muita gente, é impossível que uma menina que vivia na prostituição tenha hoje uma nova mentalidade. Infelizmente, muitos desses artistas têm uma experiência ruim com o Evangelho. Eles mesmos se sentem discriminados. Quem tem Jesus deveria atrair as pessoas para o Evangelho e não afastá-las.


ENFOQUEO que você vê de mais problemático na vida das crianças de rua?
FLORDELIS – O maior problema dessa criança não é ela, mas sua família. É por causa dos problemas dentro da família que crianças vão para a rua. Elas não acham a rua legal porque não é. Eu vi isso na prática. Na época, tinha pena das mulheres que eu via na rua. Hoje sei que são apenas uma máquina de fazer filhos. A maioria delas não é mãe de verdade. Elas usam os filhos para ganhar dinheiro e para se dar bem.

Hoje eu atendo a mães da comunidade por meio da igreja a fim de ajudar na educação. Falo com meninas que estão sofrendo abuso sexual dentro de casa, e não são poucas. Vejo que as famílias de hoje não têm nenhum preparo, e nem a igreja prepara crianças e jovens para os dias atuais. Há garotos e garotas que vêm de famílias com problemas de alcoolismo, drogas, violência, separações e vão formar outras famílias também desajustadas.


ENFOQUEVocê acha que a igreja está preparada para intervir em tudo isso?
flordelis – A igreja tem seus cultos e faz seus trabalhos sociais. Dá cesta básica e alimenta alguns “pobres coitados”, que já são discriminados pela própria igreja, que os trata de forma diferente. Raramente, a gente vê a igreja preocupada em fazer um trabalho focado na criança, para mudar a situação. Muitas vezes, adolescentes e jovens são taxados de rebeldes e, quando somem da igreja, ninguém vai atrás deles. Na verdade, eles acabam sendo um problema que foi embora da igreja, que se viu livre deles. E assim fica difícil melhorar o mundo porque o Governo, a sociedade e a igreja nada fazem.


ENFOQUEE como surgiu o filme sobre sua vida?
FLORDELIS – Primeiro fiz umas fotos na favela com um fotógrafo muito famoso chamado Cláudio Capri. Ele foi se envolvendo e se emocionando com tudo e acabou querendo fazer um filme sobre minha vida, junto com o Marco Antônio. Eles queriam mostrar toda a história e chamaram um cineasta, montaram cenário, convidaram apenas oito artistas e também chamaram outros fotógrafos para fazer algo bem simples.

Só que outros artistas iam sabendo das filmagens e também queriam participar. Como a gente não queria deixar ninguém de fora, o elenco foi aumentando. Até a Xuxa, que tinha contrato exclusivo com a Globo, decidiu fazer assim mesmo. Disse que pagava os custos do processo e fez as gravações. Glória Maria, que só faz trabalho para o Fantástico, também fez a narração. E o simples acabou virando um longa com 26 artistas atuando. Todos se ofereceram para participar. O filme está sendo finalizado e deve ser exibido no primeiro trimestre do ano que vem.


ENFOQUEVocê sabe que hoje, depois de tudo o que enfrentou, pode estar passando por um dos maiores riscos de sua vida, que é o perigo da vaidade diante de tanto sucesso?
FLORDELIS – Sei. E eu sempre falo para os meus filhos: se um dia vocês me virem saindo de meu foco, de meu objetivo principal, falem comigo, me acordem, chamem minha atenção. Só que eu sei que Deus fez um milagre na minha vida, que é não me deixar impressionar por coisas que parecem ser muito grandes. Quando estive no programa da Xuxa, muita gente pensou que eu ia ganhar muito dinheiro. Mas eu disse a ela que não estava precisando de nada. Minha intenção é mostrar que tenho um Deus que é grande. E como posso mostrar isso se, logo em seguida, apareço de canequinha na mão, pedindo ajuda? Eu não posso fazer isso porque vou estar tirando a grandeza de Deus.

Se alguém quer fazer algo por mim, vá até a igreja comigo e escute a Palavra de Deus. E não importa se um é gay, o outro é ateu... Jesus ama cada um e morreu na cruz por mim e também por essas pessoas. Jesus é simples, a gente é que complica. Ele tem uma maneira simples de atrair as pessoas. Se a gente deixar Jesus fazer do jeito dEle, a gente ganha muito mais pessoas do que perde.

Infelizmente, tem muita gente de canequinha na mão por aí. Mas se Jesus pode tudo, Ele pode tocar na vida de qualquer um para que ajude nos trabalhos missionários, sem que a gente precise pedir. É ao Espírito Santo que devemos pedir. Eu não preciso da ajuda financeira desses artistas, mas da amizade e do carinho deles. Eles não me ajudam com dinheiro, mas com a imagem que me emprestam.


ENFOQUEO que você deseja falar, como mãe, para outras mães que irão ler seu depoimento?
FLORDELIS – No mundo de hoje, vejo as mães muito ocupadas, com necessidade de construir sua independência, o que faz com que elas estejam ausentes na vida dos filhos. Mas, por mais cansada e sem tempo que esteja, uma mulher nunca pode abrir mão de seu papel como mãe.

Aquelas que têm filhos rebeldes, problemáticos, doentes, que nunca desistam deles. Briguem por eles e corram atrás deles porque lá na frente vai valer a pena. Porque não existe ex-filho ou ex-filha. Não adianta pegar uma filha que engravidou, um filho que se tornou gay ou traficante e colocar para fora de casa. Eles não vão deixar de ser seus filhos. Se as mulheres cumprirem bem a sua função como mães, elas vão vencer todos os problemas que dizem respeito aos filhos.

Hoje, depois de muitos anos, eu consegui a adoção de meus filhos. E eles são o meu maior presente nesta vida.


Fonte : http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=76&materia=893

sexta-feira, 6 de maio de 2011

COMBATENDO USOS E COSTUMES

Queridos irmãos e amigos, o blog http://soislivres.blogspot.com tem oferecidos várias postagens muito boas par nossa edificação. Pensando nisso eu venho com muita satisfação traze-las até vocês por meio de nosso Blog, pois creio que este junto com aquele, estamos na mesma luta contra a prisão religiosa dentro das igrejas Boa Leitura a todos!!!





Á luz das Escrituras, em seu completo conteúdo, este assunto nunca foi algo complexo. Em denominações evangélicas focadas nas Escrituras, sendo estas desassociadas de qualquer doutrina ou “revelagem” humana, este assunto nem é mais discutido. Mas, por incrível que pareça, existem entidades religiosas intituladas Cristãs que insistem em associar a saia à santidade, introduzindo na mente das pessoas que as mulheres que fazem o uso da calça não entenderam a “Obra de Deus”. É algo absurdo como qualquer outra doutrina que se forma com base no “achismo” humano.
Como de costume, tais entidades se apoiam em versículos isolados da Bíblia e, na maioria das vezes, no Antigo Testamento.
“A mulher não usará roupa de homem, nem o homem, veste peculiar à mulher; porque qualquer que faz tais coisas é abominável ao SENHOR, teu Deus”. Deuteronômio 22:5.
Para melhor entendimento do texto em epígrafe, usarei trechos do artigo “A Mulher Crente e a Calça Comprida” de Roseli Pereira, extraídos do site www.entrenacoes.com.br, que também trata do assunto com muita clareza. Segue abaixo:
Podemos começar com a seguinte pergunta: Qual a diferença das túnicas usadas pelas mulheres das túnicas usadas pelos homens no velho e no novo testamento? O livro "Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos", de Ralph Gower, Ed. CPAD, p. 20, nos ensina o seguinte:

"Deuteronômio 22:5. Em vista da túnica ser tão básica, ela era idêntica para homens e mulheres, exceto que a do homem era geralmente mais curta (na altura do joelho) e a da mulher mais longa (na altura do tornozelo) e azul."
Como visto, a túnica usada no velho testamento era muito semelhante aos vestidos usados pelas mulheres atualmente (na altura do joelho). Logo, fazemos outras perguntas para nossa reflexão: vestido é roupa de mulher? Um vestido na altura do joelho é uma roupa de homem na nossa cultura hodierna?
Se não podemos distinguir a túnica usada no tempo de Jesus de um vestido usado pelas mulheres brasileiras, será que alguém se arriscaria a dizer que Jesus se vestia como uma mulher? Ou que as mulheres que usam vestidos na altura do joelho se vestem como homens? Ou que os pastores dos dias atuais poderiam, com naturalidade, usar um vestido na altura dos seus joelhos e subirem ao púlpito de uma igreja conservadora sem ser condenados pelos seus iguais?
Em resumo, com base em que eu posso afirmar que um vestido é uma roupa de mulher? Com base no tempo e na cultura do país em que vivemos, somente. Veja-se que o único argumento que posso utilizar para dizer que Jesus não se vestia como uma mulher (segundo nossa cultura) é o fato de que a cultura do tempo e da região em que Jesus vivia enxergava uma túnica na altura do joelho como sendo uma roupa de homem. Será que podemos dizer, sem medo de errar, qual o traje masculino dos escoceses? Ou qual o traje masculino dos indianos? É com base nesse mesmo argumento cultural e contemporâneo é que posso dizer que no tempo moderno e na cultura brasileira uma calça comprida, de corte feminino, é uma roupa de mulher e não uma roupa de homem. Só não entende isso quem não quer (o pior cego é aquele que não quer ver).
(...)
A primeira coisa a ressaltar é que o citado texto (Deuteronômio 22:5) encontra-se na lei dada ao povo hebreu pelas mãos de Moisés. Ora, se eu admitir a validade deste texto para os dias atuais, também devo aceitar outro artigo da mesma lei, que se encontra, inclusive, no mesmo livro de Deuteronômio, qual seja:
(Deuteronômio 18:19-21) Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à de sua mãe e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos, 19 seu pai e sua mãe o pegarão, e o levarão aos anciãos da cidade, à sua porta, 20 e lhes dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz, é dissoluto e beberrão. 21 Então, todos os homens da sua cidade o apedrejarão até que morra; assim, eliminarás o mal do meio de ti; todo o Israel ouvirá e temerá.
É certo que ninguém faz isso, ainda que ligado à denominação mais severa em termos de usos e costumes. Por que? Será que o texto da Lei em Dt 22:5 foi Deus quem ditou e que o texto de Dt 18:19-21 não foi? Será que o primeiro texto tem mais valor que o segundo? Será que se pode dizer que o segundo texto é desumano e que o primeiro não é? Mas, se alguém disser: não podemos cumprir o segundo texto porque as leis brasileiras não permitem tal ação, pois isso é homicídio.
Então, se tal ato não fosse considerado crime pela legislação brasileira, o apedrejamento do menor insubordinado seria admitido? Claro que não. Pois, isso não está de acordo com o ensino de Jesus. É bom lembrar que Jesus livrou a mulher surpreendida em adultério das mãos daqueles que queriam executar um texto da lei de Moisés cabalmente.
Mas, se eu defender que o cumprimento da lei de Moisés não é exigido somente nos casos em que contrariar os ensinamentos de Jesus, logo, nos demais casos os preceitos da lei de Moisés, que não contrariam os ensinamentos de Jesus, deveriam ser cumpridos, certo? Pois bem, então vejamos outro versículo da Lei de Moisés:
(Levítico 12:1-4) Disse mais o SENHOR a Moisés: 2 Fala aos filhos de Israel: Se uma mulher conceber e tiver um menino, será imunda sete dias; como nos dias da sua menstruação, será imunda. 3 E, no oitavo dia, se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio. 4 Depois, ficará ela trinta e três dias a purificar-se do seu sangue; nenhuma coisa santa tocará, nem entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua purificação.
Como se vê, o texto de Levítico 12:1-4 não contraria nenhum dos ensinamento de Jesus, logo, deveria ser observado. Assim sendo, para sermos coerentes, do mesmo modo que o texto de Deuteronômio 22:5 é exigido das mulheres crentes, deveria, também, ser exigido o cumprimento do texto de Levítico 12:1-4, ou seja, as mães crentes deveriam circuncidar seus filhos ao oitavo dia e também não poderiam ir à igreja durante os primeiros trinta e três dias após o parto. Mas, curiosamente, o texto de Levítico 12:1-4 não é nem citado nas regras doutrinárias das igrejas evangélicas mais rigorosas, ao passo que, veladamente, se obrigam as mulheres a usarem somente saias, sob pena de não receberem batismo nas águas, de não serem aceitas nos serviços e atividades da igreja etc.
Nesse mesmo contexto, caberia aos legalistas a observância do seguinte versículo da lei de Moisés, que também não é contra os ensinamentos de Jesus:
(Levítico 19:27) Não cortareis o cabelo em redondo, nem danificareis as extremidades da barba.
Por que será que esse texto da lei não é cumprido nas religiões legalistas? Por que somente as mulheres sofrem restrições de textos da lei de Moisés? Por que não se exige que os homens não cortem seus cabelos ao redor das orelhas, tal como recomendado pelo texto de Levítico acima referido? Por que não se exige que o homem deixe sua barba crescer sem apará-la?
É bom deixar claro que não estamos defendendo que o homem use roupas de mulher, nem que a mulher se vista como o homem, pois bem sabemos que Deus não quer o homem travestido, ou seja, que o homem se vista como se fosse uma mulher e se passe por mulher, demonstrando sua insatisfação com o seu próprio sexo. De igual modo, Deus não deseja que a mulher se vista como se homem fosse, renegando sua natureza feminina em prol de um desejo se ser homem. Deus deseja que o homem seja homem e que a mulher seja mulher, pois a própria Palavra de Deus condena os sentimentos homossexuais (Rom. 1:26-27).
O que se pretende nesta reflexão é condenar a hipocrisia. Se alguém que ser justificado diante de Deus pelo cumprimento da lei, deve cumpri-la toda e não apenas as partes dela. Senão vejamos:
(Gl 5:3) De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.
(Tg 2:10-11) Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. 11 Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei.
Devemos rejeitar toda a hipocrisia no meio evangélico. Se a lei do apedrejamento do filho rebelde não precisa ser rigorosamente observada; se a lei da purificação da mulher não precisa ser observada; se os preceitos do cabelo e da barba masculinos não precisam ser observados, por que somente a "lei da calça comprida" como se fosse roupa exclusiva para homens deve ser observada? Quem observa preceitos da lei não deveria observá-la por completo? Veja-se que aqueles que querem viver pela lei, deveriam observar que a própria lei de Moisés amaldiçoa quem não a cumpre rigorosamente:
(Dt 27:26) Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo. E todo o povo dirá: Amém!
A hipocrisia é detestável aos olhos de Jesus, que condenou-a nas atitudes dos fariseus. Não podemos concordar com a sutileza de pessoas que defendem versículos isolados da bíblia, de acordo com seus próprios conceitos, usos e costumes, fazendo valer o que lhes interessa e desprezando o que não lhes interessa. Ou cumpre-se toda a lei de Moisés ou deve-se aceitar que a lei de Moisés deve ceder sempre que em confronto com misericórdia e graça do Senhor Jesus.
No que diz respeito à igreja de Jesus, os usos e costumes devem observar apenas ao seguinte texto:
(1 Timóteo 2:9) Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso,
(1 Ts 4:4-5) que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus;
Seja como for, a mulher ao se vestir, como mulher, deve primar pela decência, modéstia e bom senso, ou seja, deve-se mostrar feminina sem comunicar, com seu modo de vestir, toda sua sensualidade, como quem quer atrair para si olhares de desejos dos homens, pois o seu principal atrativo deve estar no seu interior e não no seu exterior.
Repito, o que é reprovável é a hipocrisia. Se alguma mulher crente, apesar desses argumentos, entende que calça comprida é roupa somente de homens e que não está obrigada a cumprir toda a lei de Moisés, deve agir conforme sua consciência sem reprovar as mulheres que entendem diferente. A mulher legalista não deve olhar para as crentes que usam calça como se elas não tivessem alcançado a vontade de Deus ou como se fossem pecadoras.
(Rm 14:1-5) Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. 2 Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; 3 quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. 4 Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. 5 Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.
Por fim, as mulheres que entendem que calça comprida é roupa exclusiva de homens, devem ser coerentes com sua consciência em Deus e usar somente saias, seja na igreja, seja em casa, seja no trabalho, seja no clube, seja no passeio ciclístico etc., pois se calça é roupa exclusiva de homens, isso vale em qualquer situação. Se você é legalista, cumpra a lei com todo o seu rigor: "A mulher não usará roupa de homem...". Não há exceção neste artigo da lei de Moisés.
Autor: Roseli Pereira.
A Hipocrisia
A maior tragédia pela falta de observação adequada das Escrituras é a hipocrisia e as feridas que permanecem nos corações dos novos na fé. Cansei de ver mulheres crentes trajando saia deixarem de cumprimentar com a “Paz do Senhor” as mulheres que circulavam de calça comprida nas ruas. Quantas mulheres novas na fé não deixaram a igreja por este motivo?
Ensinos de usos e costumes nos levam a ver cenas absurdas de mulheres condenando outras por causa de uma calça. A cena se torna ainda mais feia quando as que julgam têm em casas as filhas que usam as mesmas calças para frequentarem as escolas. E depois vêm as desculpas: “A minha filha só usa a calça pra ir à escola, mas, na rua ou na igreja jamais”. Pois bem, se não há problema de se usar uma calça no serviço ou na escola, porque haveria em usá-la na rua ou num templo?
Se a mulher tem a fé de que está em comunhão com Deus dentro de uma escola ou faculdade trajando uma calça, porque essa fé seria diferente quando trajando a calça em um momento de laser? Estranho.
Se a mulher crente condena o uso da calça comprida dentro da igreja, porque então não condena o uso da mesma em uma escola. Muitas moças usam saias nos templos e calça comprida nas escolas por causa da vergonha que têm de serem taxadas de crentes. Muitas vezes estas “envergonhadas” servas de Deus criticam as moças que usam a calça comprida, mas que, abertamente falam que são servas de Jesus Cristo de Nazaré e nada têm a esconder.
Os Pobres Educadores estão criando religiosos hipócritas, acostumados a serem pessoas diferentes quando fora da igreja. Levam uma vida como todo mundo quando estão longe dos templos e se dizem “diferentes” quando reunidos. Afirmam que a saia cria uma identidade na vida do cristão e se prendem à imagem, ao exterior desprezando aquilo que o Espírito Santo faz brotar em nossos corações.
Saiba o leitor que a nossa identidade vai muito além de um desprezível pedaço de pano. A nossa identidade é a marca do sangue que foi derramado na dura cruz em favor das nossas vidas. Essa marca não pode ser enxergada, mas pode ser sentida. As entidades religiosas perderam a noção do que realmente tem valor: O que é um pano perto do sangue que Jesus derramou por nós?
“Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus”. Gálatas 6:17.
Seria estas marcas algo tangível, que perece?
Termino o artigo, mas, não dou o assunto por encerrado. Vou combater o bom combate.

Fonte: http://soislivres.blogspot.com/2011/04/combatendo-usos-e-costumes-santa-saia.html